Kobo Daishi é o título póstumo dado a Kukai, grande mestre e fundador da Escola Shingon do budismo esotérico no Japão.
O "Iroha uta" é um poema sem paralelo em nenhuma tradição literária conhecida. Kobo Daishi (774-835) utilizou todas as 47 sílabas do silabário japonês sem repetir nenhuma. Desse modo, fixou o sentimento budista da impermanência num molde poético inesquecível.
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Iroha ni hohe to
tirinuru wo
waka yo tare so
tsune naramu
Uwi no okuyama
kefu koyete
asaki yume misi
wehi mo sesu
Coloridas e perfumadas,
as flores caem
e fenecem.
Quem, neste mundo transitório,
consegue tornar-se eterno?
Regresso hoje das montanhas flutuantes,
não mais apegado aos sonhos vãos,
livre enfim de toda ilusão.
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fonte: Os melhores poemas de amor da sabedoria religiosa de todos os tempos. Seleção, apresentação e tradução de José Jorge de Carvalho. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
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