A compaixão como a chave para a via aberta, o Mahayana, torna possível as ações transcendentais do bodisatva. O caminho do bodisatva inicia-se com generosidade e abertura - oferecer e abrir-se, o processo de entrega. A abertura não é uma questão de dar alguma coisa a alguém, mas de abrir mão de exigências e dos critérios básicos dessas exigências. Essa é a dana paramita, a paramita da generosidade. É aprender a confiar no fato de que não é preciso garantir seu terreno; é aprender a confiar em sua riqueza fundamental; é poder correr o risco de estar aberto. Essa é a via aberta. Se há uma renúncia à atitude psicológica de "exigir", a sanidade básica começa a se desenvolver e isso conduz à ação seguinte do bodisatva - shila paramita, a paramita da moralidade ou da disciplina.
Estando aberto e tendo renunciado a tudo, sem mais referências aos critérios básicos do "eu estou fazendo isto, eu estou fazendo aquilo", sem referência a si mesmo, outras situações ligadas à manutenção do ego ou ao seu enriquecimento tornam-se irrelevantes. Essa é a moralidade final, que intensifica a situação e abertura e coragem: não há medo de ferir a si mesmo nem a outras pessoas porque você está completamente aberto. Você não sente que as situações deixam de lhe inspirar, o que lhe traz paciência, kshanti paramita. E a paciência conduz à energia, vyria, a "qualidade do deleite". Há a intensa alegria do envolvimento, que é energia, e que também proporciona a visão panorâmica da meditação aberta, a experiência de dhyana, a "abertura". Você já não olha a situação externa como separada de você, tão envolvido que está na dança e no jogo da vida.
Você torna-se então ainda mais aberto. Não classifica as coisas como tendo sido rejeitadas ou aceitas. Você simplesmente acompanha cada situação. Não participa de nenhuma disputa, nem a que tenta derrotar um inimigo, nem a que busca um objetivo. Não há envolvimento como o receber nem com o dar. Nenhuma esperança e nenhum medo. Esse é o desenvolvimento de prajna, o "conhecimento transcendente", a capacidade de ver as situações como são.
fonte: "Além do materialismo espiritual", Ed. Lúcida Letra, 2016, p. 121-122.
Estando aberto e tendo renunciado a tudo, sem mais referências aos critérios básicos do "eu estou fazendo isto, eu estou fazendo aquilo", sem referência a si mesmo, outras situações ligadas à manutenção do ego ou ao seu enriquecimento tornam-se irrelevantes. Essa é a moralidade final, que intensifica a situação e abertura e coragem: não há medo de ferir a si mesmo nem a outras pessoas porque você está completamente aberto. Você não sente que as situações deixam de lhe inspirar, o que lhe traz paciência, kshanti paramita. E a paciência conduz à energia, vyria, a "qualidade do deleite". Há a intensa alegria do envolvimento, que é energia, e que também proporciona a visão panorâmica da meditação aberta, a experiência de dhyana, a "abertura". Você já não olha a situação externa como separada de você, tão envolvido que está na dança e no jogo da vida.
Você torna-se então ainda mais aberto. Não classifica as coisas como tendo sido rejeitadas ou aceitas. Você simplesmente acompanha cada situação. Não participa de nenhuma disputa, nem a que tenta derrotar um inimigo, nem a que busca um objetivo. Não há envolvimento como o receber nem com o dar. Nenhuma esperança e nenhum medo. Esse é o desenvolvimento de prajna, o "conhecimento transcendente", a capacidade de ver as situações como são.
fonte: "Além do materialismo espiritual", Ed. Lúcida Letra, 2016, p. 121-122.
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