Se vocês viverem o amor mesmo, não está conectado com uma pessoa. Não tem como estar conectado com uma pessoa. O amor é grande! Uma das coisas legais numa relação é você falar para a pessoa assim: "O jeito de eu te amar com o coração amplo é eu amar a todos. Porque se eu amar só você o meu coração fica estreito, daí nem você direito vai ter o amor que é o potencial do meu coração. Então para eu te amar, eu tenho que amar a todos, está bem? Se eu amar só você, eu vou amar com coração muito pequeno, então eu vou te amar muito mal. Para eu te amar bem, eu vou ter que amar todos."
A pessoa vai ter que entender que para você vir com toda atenção do mundo para ela, muito aberto, você não pode fechar para os outros. Porque se você fecha para os outros, você treina fechar, você chega para ela e está fechado. Então se ela quiser o melhor de você, o melhor amor de você, ela vai querer que você ame todos com esse amor. É muito legal.
Pergunta: Mas, via de regra, as pessoas não querem isso. A pessoa quer se sentir única, não quer que você ame a outra...
Gustavo Gitti: Não, ela quer ser feliz, na verdade. Ela acha que ela vai conseguir ser feliz sendo especial, ou tendo um comprovante seu. Mas na medida que ela ver que isso dá errado, várias e várias vezes, ela vai começar a questionar isso. Sua Santidade Dalai Lama diz o seguinte: "Todos os seres querem a felicidade e evitar o sofrimento. Essa é a versão Chenrezig. A versão Manjushri, de Dzongsar Khyenttse Rinpoche - todas tão perfeitas -, mas a versão Manjushri é: "Todos os seres querem a iluminação, no fundo."
Porque o que que é ser feliz? Então você pega esse desejo dos seres - se você levar até o fim, com sabedoria, isso é iluminação. Desfrutar do potencial, da natural felicidade, sukkha! Que a gente nem pensa mais em felicidade, é natural espaço, a felicidade não é nem uma questão mais. Então o que que é que os seres querem? Isso! Os seres querem ser iluminados. Então qualquer ação que você ajudar eles nesse caminho, mesmo se ele fizer birra ou não, em algum momento, não é que ele vai agradecer você, em algum momento, ele vai perceber que foi útil.
Então só de você chegar e manifestar esse exemplo diante dele, ele percebe que, para você ser a melhor pessoa ao lado dele, você não pode ser uma pessoa ruim para os outros. Você tem que ser a melhor pessoa para os outros. Mas quando você começa a ser a melhor pessoa para os outros, naturalmente ele não vai ser especial, ele basicamente está mais próximo. Só que ele começa a ser convidado para se alegrar por você. Daí você vai negar isso do outro? Na verdade, a felicidade dele vai vir disso! Não de você mimar ele! Então você quer que ele seja feliz, então você ajuda ele a ser feliz, que é o quê? Se alegrar por você! Então você não olha ele como alguém carente, dando nascimento inferior, você olha ele lá em cima!
(...)
Na verdade, o que ela quer mesmo é ser feliz, e como é que ela vai conseguir isso? Se iluminando. Se iluminar passa por se alegrar pela felicidade dos outros. A mente dela se expande.
Confiar que o outro, na verdade, quer se iluminar. Ele não quer alguém perto dele... Ele quer ser feliz. Ele não quer nem a gente! Você vai desperdiçar sua vida calculando quanto você tem que ficar perto de alguém? O outro nem quer você! Ele quer ser feliz e se iluminar! Você vai ser útil na medida que você apoiar isso. Se você ficar perto do outro e não apoiar isso, você está fazendo ele perder tempo. Por exemplo, se você alimentar a carência do outro, isso é horrível! Pode ser que pareça ser bom, porque o outro fica assim [próximo, vendido]... mas você tem que olhar a longo prazo: ele quer se iluminar, ele está longe de se iluminar, porque ele está sendo alimentado por você, e você está topando isso, alimentando a carência dele.
Não significa também que a gente não vai se aproximar dos seres, ou não vai em algum momento também alimentar um pouco, mas a gente vai fazer tudo isso visando a liberação dele. A gente tem um jogo longo com os seres. A gente também não quer seguir casado, não tem um jogo desse tipo, a gente quer se iluminar e a liberação de todos os seres. Então o nosso jogo com os seres é bem longo, é o mais longo que tem.
Por isso que a gente fica muito paciente. A pessoa vem e fala assim: "vocêêeeaahhhhh!!! [berro]" - você fica tranquilão... porque a gente vai se encontrar, para sempre! Então você fica super tranquilo, porque você não tem uma relação que acaba amanhã; o negócio é longo, é super longo. (...) Você nunca fecha as relações, com os seres todos.
Daí o casamento naturalmente vai se tornar mais uma dessas relações. Vocês não vão ter um estreitamento do tipo de achar que o casamento é uma relação especial. O casamento, basicamente, é morar junto, mais próximo, e só. E transar, ou qualquer coisa. Tem mais nada. O outro não é nada, você não é nada, nada foi consolidado, tem nada aqui de diferente. Então a gente tem que desromantizar a relação do casamento. Claro, socialmente a gente vai falar "estou casado", whatever. Mas a gente começa a olhar para os outros como mais um, mesmo. E olhar como mais um não significa diminuir o outro. Significa elevar todos os outros.
Por que que a gente abre o coração para um só? Não faz sentido. Mas não significa também transar com todos, porque também não faz sentido! E também nem tentar nem ser próximo de todos, porque naturalmente, pela questão cármica, não tem como a gente morar junto de todo mundo, tomar café da manhã com todo mundo, não tem! Então é tranquilo ter algumas pessoas mais próximas. Mas internamente você mantém equanimidade, uma sensação de sol, a gente brilha e irradia igualmente. Só que os seres podem fechar janelas, e também podem se aproximar e se distanciar. Mas nós não nos aproximamos, nem distanciamos e nem filtramos, nós irradiamos igualmente.
fonte: curso "Praticando o darma nas relações", #2, a partir de 1:00:49 - http://www.cebb.org.br/audio-do-curso-praticando-o-darma-nas-relacoes-florianopolis-gustavo-gitti/
A pessoa vai ter que entender que para você vir com toda atenção do mundo para ela, muito aberto, você não pode fechar para os outros. Porque se você fecha para os outros, você treina fechar, você chega para ela e está fechado. Então se ela quiser o melhor de você, o melhor amor de você, ela vai querer que você ame todos com esse amor. É muito legal.
Pergunta: Mas, via de regra, as pessoas não querem isso. A pessoa quer se sentir única, não quer que você ame a outra...
Gustavo Gitti: Não, ela quer ser feliz, na verdade. Ela acha que ela vai conseguir ser feliz sendo especial, ou tendo um comprovante seu. Mas na medida que ela ver que isso dá errado, várias e várias vezes, ela vai começar a questionar isso. Sua Santidade Dalai Lama diz o seguinte: "Todos os seres querem a felicidade e evitar o sofrimento. Essa é a versão Chenrezig. A versão Manjushri, de Dzongsar Khyenttse Rinpoche - todas tão perfeitas -, mas a versão Manjushri é: "Todos os seres querem a iluminação, no fundo."
Porque o que que é ser feliz? Então você pega esse desejo dos seres - se você levar até o fim, com sabedoria, isso é iluminação. Desfrutar do potencial, da natural felicidade, sukkha! Que a gente nem pensa mais em felicidade, é natural espaço, a felicidade não é nem uma questão mais. Então o que que é que os seres querem? Isso! Os seres querem ser iluminados. Então qualquer ação que você ajudar eles nesse caminho, mesmo se ele fizer birra ou não, em algum momento, não é que ele vai agradecer você, em algum momento, ele vai perceber que foi útil.
Então só de você chegar e manifestar esse exemplo diante dele, ele percebe que, para você ser a melhor pessoa ao lado dele, você não pode ser uma pessoa ruim para os outros. Você tem que ser a melhor pessoa para os outros. Mas quando você começa a ser a melhor pessoa para os outros, naturalmente ele não vai ser especial, ele basicamente está mais próximo. Só que ele começa a ser convidado para se alegrar por você. Daí você vai negar isso do outro? Na verdade, a felicidade dele vai vir disso! Não de você mimar ele! Então você quer que ele seja feliz, então você ajuda ele a ser feliz, que é o quê? Se alegrar por você! Então você não olha ele como alguém carente, dando nascimento inferior, você olha ele lá em cima!
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Na verdade, o que ela quer mesmo é ser feliz, e como é que ela vai conseguir isso? Se iluminando. Se iluminar passa por se alegrar pela felicidade dos outros. A mente dela se expande.
Confiar que o outro, na verdade, quer se iluminar. Ele não quer alguém perto dele... Ele quer ser feliz. Ele não quer nem a gente! Você vai desperdiçar sua vida calculando quanto você tem que ficar perto de alguém? O outro nem quer você! Ele quer ser feliz e se iluminar! Você vai ser útil na medida que você apoiar isso. Se você ficar perto do outro e não apoiar isso, você está fazendo ele perder tempo. Por exemplo, se você alimentar a carência do outro, isso é horrível! Pode ser que pareça ser bom, porque o outro fica assim [próximo, vendido]... mas você tem que olhar a longo prazo: ele quer se iluminar, ele está longe de se iluminar, porque ele está sendo alimentado por você, e você está topando isso, alimentando a carência dele.
Não significa também que a gente não vai se aproximar dos seres, ou não vai em algum momento também alimentar um pouco, mas a gente vai fazer tudo isso visando a liberação dele. A gente tem um jogo longo com os seres. A gente também não quer seguir casado, não tem um jogo desse tipo, a gente quer se iluminar e a liberação de todos os seres. Então o nosso jogo com os seres é bem longo, é o mais longo que tem.
Por isso que a gente fica muito paciente. A pessoa vem e fala assim: "vocêêeeaahhhhh!!! [berro]" - você fica tranquilão... porque a gente vai se encontrar, para sempre! Então você fica super tranquilo, porque você não tem uma relação que acaba amanhã; o negócio é longo, é super longo. (...) Você nunca fecha as relações, com os seres todos.
Daí o casamento naturalmente vai se tornar mais uma dessas relações. Vocês não vão ter um estreitamento do tipo de achar que o casamento é uma relação especial. O casamento, basicamente, é morar junto, mais próximo, e só. E transar, ou qualquer coisa. Tem mais nada. O outro não é nada, você não é nada, nada foi consolidado, tem nada aqui de diferente. Então a gente tem que desromantizar a relação do casamento. Claro, socialmente a gente vai falar "estou casado", whatever. Mas a gente começa a olhar para os outros como mais um, mesmo. E olhar como mais um não significa diminuir o outro. Significa elevar todos os outros.
Por que que a gente abre o coração para um só? Não faz sentido. Mas não significa também transar com todos, porque também não faz sentido! E também nem tentar nem ser próximo de todos, porque naturalmente, pela questão cármica, não tem como a gente morar junto de todo mundo, tomar café da manhã com todo mundo, não tem! Então é tranquilo ter algumas pessoas mais próximas. Mas internamente você mantém equanimidade, uma sensação de sol, a gente brilha e irradia igualmente. Só que os seres podem fechar janelas, e também podem se aproximar e se distanciar. Mas nós não nos aproximamos, nem distanciamos e nem filtramos, nós irradiamos igualmente.
fonte: curso "Praticando o darma nas relações", #2, a partir de 1:00:49 - http://www.cebb.org.br/audio-do-curso-praticando-o-darma-nas-relacoes-florianopolis-gustavo-gitti/
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