Quanto mais você vai horizontalmente, quanto você vai cada vez mais expandindo no sentido da compaixão - do abraço, do calor -, na verdade você vai ver que o que você precisa é, justamente, ampliar para o céu [verticalmente].
Então é paradoxal, quando você começa a analisar mesmo, você vai ver que para ampliar a mente no sentido de acomodar todos os seres, você vai ter que ampliar a mente no sentido de acomodar as experiências, como diz a Elizabeth Mattis-Namgyel: você precisa de espaço. Então para você ter compaixão, você precisa de espaço.
E o que abre espaço é sabedoria, porque a sabedoria significa ver espaço onde não parece ter espaço. Ver liberdade onde parece ter alguma coisa que não é liberdade. Ver amplidão onde parece ter fechamento. Ver algo completamente transparente onde parece ter alguma coisa sólida. Ver uma coisa livre onde parece ter alguma coisa que é alguma coisa.
A gente precisa dessa sabedoria, senão não vai abrir espaço. Não abrindo espaço, não chego em todos os seres. Também não vou ter os meios hábeis, não vou saber o que falar, e assim por diante.
Então, quanto mais eu quiser expandir a compaixão, mais eu tenho que expandir a sabedoria.
A sabedoria, o fim dela, o fim desse treinamento, é o que a gente vai chamar de iluminação - e a compaixão ela vai se expandindo, na decorrência disso. E aí, no fim, você não consegue separar compaixão de sabedoria, e vai surgir uma noção de compaixão não-dual, que é o terceiro tipo de compaixão.
Compaixão que é pelo outro é uma compaixão mais ou menos. Uma compaixão mesmo é além da noção de outro, de eu, de alguém ajudando alguma coisa, de alguém que precisa ser ajudado e até mesmo de sofrimento. Aí é quase que inseparável do espaço, não é mais assim "Eu tenho compaixão pelo outro"; não tem tanto isso.
Se eu quiser mesmo ajudar os seres, a melhor ajuda que eu posso fazer pelos seres é, primeiro, olhar que eles não são seres como parecem ser e eles não estão sofrendo como parecem. Porque se eu achar que eles são e que eles estão sofrendo, então agora eu tenho um problema, eu vou ter que tirar eles do sofrimento - e aí, "boa sorte".
Então, sem sabedoria, os sofrimentos não estão liberados. Daí é muito difícil de tirar o sofrimento. Com sabedoria, não tem sofrimento, daí é só ver. A compaixão se torna bem mais interessante com sabedoria. Não tem como fugir da sabedoria e da noção da liberação. Eu preciso manter a liberação sempre em mente.
fonte: curso "Praticando o darma nas relações", #3, a partir de 1:22:00 - http://www.cebb.org.br/audio-do-curso-praticando-o-darma-nas-relacoes-florianopolis-gustavo-gitti/
Então é paradoxal, quando você começa a analisar mesmo, você vai ver que para ampliar a mente no sentido de acomodar todos os seres, você vai ter que ampliar a mente no sentido de acomodar as experiências, como diz a Elizabeth Mattis-Namgyel: você precisa de espaço. Então para você ter compaixão, você precisa de espaço.
E o que abre espaço é sabedoria, porque a sabedoria significa ver espaço onde não parece ter espaço. Ver liberdade onde parece ter alguma coisa que não é liberdade. Ver amplidão onde parece ter fechamento. Ver algo completamente transparente onde parece ter alguma coisa sólida. Ver uma coisa livre onde parece ter alguma coisa que é alguma coisa.
A gente precisa dessa sabedoria, senão não vai abrir espaço. Não abrindo espaço, não chego em todos os seres. Também não vou ter os meios hábeis, não vou saber o que falar, e assim por diante.
Então, quanto mais eu quiser expandir a compaixão, mais eu tenho que expandir a sabedoria.
A sabedoria, o fim dela, o fim desse treinamento, é o que a gente vai chamar de iluminação - e a compaixão ela vai se expandindo, na decorrência disso. E aí, no fim, você não consegue separar compaixão de sabedoria, e vai surgir uma noção de compaixão não-dual, que é o terceiro tipo de compaixão.
Compaixão que é pelo outro é uma compaixão mais ou menos. Uma compaixão mesmo é além da noção de outro, de eu, de alguém ajudando alguma coisa, de alguém que precisa ser ajudado e até mesmo de sofrimento. Aí é quase que inseparável do espaço, não é mais assim "Eu tenho compaixão pelo outro"; não tem tanto isso.
Se eu quiser mesmo ajudar os seres, a melhor ajuda que eu posso fazer pelos seres é, primeiro, olhar que eles não são seres como parecem ser e eles não estão sofrendo como parecem. Porque se eu achar que eles são e que eles estão sofrendo, então agora eu tenho um problema, eu vou ter que tirar eles do sofrimento - e aí, "boa sorte".
Então, sem sabedoria, os sofrimentos não estão liberados. Daí é muito difícil de tirar o sofrimento. Com sabedoria, não tem sofrimento, daí é só ver. A compaixão se torna bem mais interessante com sabedoria. Não tem como fugir da sabedoria e da noção da liberação. Eu preciso manter a liberação sempre em mente.
fonte: curso "Praticando o darma nas relações", #3, a partir de 1:22:00 - http://www.cebb.org.br/audio-do-curso-praticando-o-darma-nas-relacoes-florianopolis-gustavo-gitti/
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