14 de abril de 2019

Lama Padma Samten - Refúgio na mandala do Buda

REFÚGIO NA MANDALA DO BUDA

Nesse ponto da prática tomamos refúgio no Buda, como natureza incessante e luminosa. Tomamos refúgio no Darma, como os ensinamentos do Buda. Tomamos refúgio na Sanga, como uma energia que emana do próprio Buda.

Quando meditamos juntos, a mandala se abre e começamos a ver diferente. Manter o refúgio é manter essa visão da mandala onde quer que estejamos. Perder o refúgio significa sair da mandala e entrar em uma paisagem de aflição. Não se trata de uma paisagem física, é uma visão lúcida da natureza incessante, luminosa e inseparável do conteúdo dos fenômenos condicionados. Podemos ir a cemitérios, prontos-socorros, a qualquer lugar, e levar a mandala.

Olhando do ponto de vista da mandala, é mais fácil vermos o lama como o Buda, o Darma e a Sanga, como as Três Joias, pois o papel do lama é chegar onde ninguém tem experiência de mandala e abri-la. Seu papel é não só abrir a mandala, como expandi-la e ajudar a preservá-la. Essa mandala não é criada pelo lama. É a mandala do Buda.

A diferença da mandala do Buda em relação a outras paisagens é que, quando a encontramos, percebemos que ela sempre existiu. Não é fabricada. As outras paisagens são fabricadas. A mandala do Buda é totalmente abrangente, não há fenômeno que ela não inclua. As outras paisagens tratam de algumas coisas, mas não tratam de outras. É por isso que os mestres dizem que precisamos ver com lucidez, ver a realidade como ela é. Assim veremos a mandala como ela é, não fabricada.

fonte: "A roda da vida como caminho para a lucidez", Ed. Peirópolis, 2010.

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